quinta-feira, 30 de junho de 2011

Está acabando o amor, você ainda não veio, não disse, não ligou, se vem viver comigo. Se me quer como amiga, se não quer mais me ver. Você vai me esquecer, você vai me fazer padecer. Está acabando o amor, você já não me pertence, eu vejo por aí, você não está comigo. Nessa nossa disputa, nesse seu jeito bom, eu não quero saber. Você vai desdenhar e vai sofrer, e vai perder. Você vai me destruir, como uma faca cortando as etapas, furando ao redor. Me indignando, me enchendo de tédio, roubando o meu ar. Me deixa só e depois não consegue, não me satisfaz. Pensando em te matar de amor ou de dor eu te espero calada. Me pinte, me pegue. Me sirva, me entregue. Me deixe, me coma. Me envolva, me ame.

Vanessa da Mata - Você vai me destruir


A música está aqui para representar este momento da minha vida: o desespero, a dúvida.

Dor

O interessante é que quando a atual dor começa a ser insuportável, eu vou buscando as outras que estão enterradas. Para que eu possa esquecer um pouco que eu já sofri demais pra me preocupar com certas coisas, mesmo que essas "certas coisas" sejam de grande ameaça a minha sanidade. E assim, eu vou chorando mais, me lamentando mais e não entendendo mais nada. Vou precisando de carinho, de amor, e pra onde eu olho, corro, grito... não vejo, não acho, não encontro. Vai morrendo então dentro de mim as expectativas, os sonhos, os anseios, restando apenas os traumas, os medos, as derrotas. Acima de tudo vai restando uma vontade enorme de se vingar, algo que nunca foi da minha índole. Mas as cicatrizes me impulsionam a estratégia de uma grande e elaborada vingança, que fica ali na mente, martelando, me desfazendo, arruinando, só a ideia, porque por não ser da minha índole a prática está longe do meu feitio, das minhas mãos.

domingo, 26 de junho de 2011

Desgraças

Só não tento suicídio porque se eu falhar quem paga por isso são os meus pais, e acho que problemas temos demais para eu sobrecarregá-los com a minha depressão. Meu trauma de psicólogo tem de ser vencido, porque estou precisando urgentemente de algumas consultas, ou digamos que a vida inteira delas?
Não faço ideia do que é isso. Talvez eu tenha subestimado o instinto da outra em deixá-lo logo para se livrar de algumas complicações... só parecia ser bom demais, mas é daquele jeito, quando é muito o santo desconfia, e eu vim desconfiando o tempo todo, mas fui desacreditando que fosse dá errado, afinal, parecia tão real. Quebrei a cara, de novo. Porra de real coisa nenhuma, era mais uma grande e muito bem feita ilusão do que poderia ser e não foi, não vai ser e nem é. O que será de mim dessa vez? Porque eu me entreguei. E meu coração não aguenta tantas entregas com todos os fins mais trágicos possíveis. Não dá. Nenhum ser em sã consciência, em plena vontade de viver, aguenta. Um atrás do outro. Nada dá certo. Nada. Nenhum tipo de vida social vai pra frente. A família está aos pedaços, quem sabe quando teremos aqueles raros dias de felicidade de novo. Amigos, zero, nenhum, ninguém pra porra nenhuma. O refúgio, que seria o romance, só azar, só cara de bom pedaço e assim de repente mostra que de bom pedaço não tem nada. Eita vidinha desgraçada, não é nem mais ou menos, porque um mais sequer não tem. É pura desgraça mesmo. Ou eu me isolo do mundo e vivo só e somente em minha função. Ou eu faço a questão de me retirar, com prazer, desse mundo de merda com tanta gente imbecil. Esperar pra ver, como sempre, deixando aquelas reticências chatas, dolorosas e às vezes boas...

Regras

Foram tantas as regras ordenadas sem direito a caso à parte, tudo por medo da saudade, do amor transbordar demais a ponto de se esvair e não sobrar nada no coração. Medo do tempo ser demais e o amor sufocar, apertar, contrair, exceder... Mas a certeza de que nos trará mor expectativa, amadurecimento, lealdade, e toda a parte boa que vem depois dessa imensa dor que só a distância pode causar.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Passado lembrado

Há tempos que eu não tirava um tempo pra pensar no passado. Pra lembrar e relembrar. Sentir, rir, chorar. Foram tantas coisas em tão pouco tempo, coisas que parecem ter sido em outra época, outra vida. Mas dessa vez foi um modo gostoso de lembrar: conversando, rindo, buscando as partes boas, e encontrando o lindo no pior. Sentindo saudade, aquela saudade gostosa de um tempo que foi e não volta. Aquela pequena pitada de melancolia por não poder mais ter tantos daqueles momentos. Aquela alegria por ter tantos momentos hoje graças aos tantos outros daquele passado que antes era lembrado com um medo terrível, aquele medo de doer, de machucar, de ferir o coração. Hoje, não. A partir de hoje, as lembranças do que tivemos, do que fomos, dos amores que tivemos, são recordadas com grandes gargalhadas e um baita amor imenso no coração por tudo aquilo. Uma falta saciada pelo que toda aquela loucura nos tornou hoje. Comparações, foram tantas. Como foi, como fiz, porque era assim, e hoje como sou, o que mudou, tudo, tantas linhas, tantas páginas, tantos capítulos escritos, tantos esquecidos, tantos ainda por vir e aquela eterna reticências, sem jamais conseguir por o ponto final...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ato desesperado

Estou cansada. Sei que já disse isso umas trilhões de vezes durante toda a minha vida, normalmente com uma ênfase absurda. Mas eu não me canso de dizer "eu estou cansada", porque quando se tem uma vida social como a minha, só tenho isso, o cansaço, o breve e incansável cansaço de existir. E quando eu falo vida social, é a minha vida mesmo, me refiro a tudo que é externo a mim, ao meu corpo pequeno e fragilizado. Além do mais, solidão mata, e não é como se eu estivesse pronta pra morrer cedo. Ou estou? Voltando ao meu caso desesperado, estou farta de ver aquelas pessoas tão próximas se lamentarem em redes sociais de suas vidinhas solitárias quando se tem alguém aqui procurando companhia. Qual é! É cega, minha filha? É tão egocêntrica a ponto de não ver nada disso? Eu cansei de procurar saber, de tentar manter o elo, uma relação não funciona só de uma via, não. É mão dupla mesmo, e se não tem retorno, que porra tá fazendo aqui dizendo que é melhor amiga ou amiga ou colega ou qualquer outra merda aí. Farta. Farta de mesmo cansada de tudo isso, ainda continuar tentando, e essas pessoas nem se dão a dignidade do convívio, mesmo quando precisam vir buscar o ombro que esqueceu. Desprezo, egocentrismo, interesse, discernimento... certas coisas tem limites, principalmente quando se trata de uma pessoa, de um SER HUMANO, da porra da tua amiga ou do diabo a quatro! Quero gritar pra o mundo que eu estou farta, cansada, decepcionada, enraivecida, magoada, solitária, e mais: perdida. Sinceramente, não estou nem um pouco a fim de me achar, principalmente se for pra encontrar pessoas tão absurdas como as raríssimas que estão no meu convívio, ou diria que não estão?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Meu amor

Espero, um dia, ser suficiente.  Quero que você me dê a atenção e o carinho nas horas que eu necessitar, e quero que você necessite de mim tanto quanto eu preciso de você. Quando a gente pensa que as coisas vão melhorar, começa a se desmoronar outra vez. Estou cansada de viver a minha vida, da minha solidão. Estou tão cansada. A minha vida só faz sentido da porta da frente de casa pra fora, porque pra dentro eu não enxergo mais nada. Ah, se eu tivesse a coragem e decência suficiente pra me retirar desta vida ou aguentar calada por mais alguns anos... mas tá difícil, meu amor, tá muito difícil. As pessoas interpretam meu silêncio tão erroneamente quanto as minhas tentativas frustradas de dizer alguma coisa. O meu mundo só faz sentido quando eu tenho alguém pra dividir comigo a minha dor, e talvez eu finalmente tenha encontrado a pessoa certa pra carregar esse fardo comigo. Só não quero te sobrecarregar, mas te amparar e ao mesmo tempo ter você pra me apoiar. Só o que eu te peço é que me aguente mais um pouco, talvez seja pedir muito... Mas eu posso te fazer feliz mesmo sendo infeliz. Eu posso.