terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dar não é fazer amor

“Dar não é fazer amor. Dar é dar. Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido. Mas dar é bom pra cacete. Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca. Te chama de nomes que eu não escreveria. Não te vira com delicadeza. Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom. Melhor do que dar, só dar por dar. Dar sem querer casar. Sem querer apresentar pra mãe. Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo. Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral. Te amolece o gingado. Te molha o instinto. Dar porque a vida é estressante e dar relaxa. Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã. Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito. Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro. Dar é bom, na hora. Durante um mês. Para os mais desavisados, talvez anos. Mas dar é dar demais e ficar vazio. Dar é não ganhar. É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro. É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir. É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: “Que que cê acha amor?”. É não ter companhia garantida para viajar. É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia. Dar é não querer dormir encaixadinho. É não ter alguém para ouvir seus dengos. Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito. Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor. Esse sim é o maior tesão. Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar. Experimente ser amado... continue "dando"...”
      Tati Bernardi

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sem sentido

Uma semana antes eu pensei: "eu não quero pensar no fim, eu não quero viver o fim". Uma semana depois pareceu que todos os meus medos e sonhos resolveram se realizar. Eu não esperava, mas já sentia. Eu não queria, mas não tive escolha. Ainda há aquele pontinho de esperança, aquele que me faz vê-lo e sentir cada segundo de tormenta. Eu sinto a dor do mundo, mas um certo alívio. Vai passar, eu sei, todas essas crises existenciais, indiferença e cara feia. É só questão de alguns dias, ou semanas, mas vai passar, como tudo um dia passa e como "nada será do jeito que já foi um dia".
Eu não queria me levantar da cama, não queria ter que encarar o mundo ainda, mas eu me levantei, agi naturalmente, "é só mais um dia qualquer". A caminho, dentro do carro, olhei para o céu e vi aquela mistura triste das cores. Nuvens negras e pesadas, alguns buracos de céu azul. Pensei em como meu coração poderia ser definido naquelas cores, 90% são nuvens negras, cicatrizes, sofrimentos, todas as partes ruins. Os outros 10% são os buracos azuis de céu, espalhados pelo plano de fundo negro, os pequenos buracos que ainda podem ser habitados, o pouco espaço que me torna ainda sensível, ainda romântica, boba e esperançosa. Os 90% me tornam indiferente, insensível, contrariada e querendo odiar o mundo. Mas só querendo. Quem seria eu para odiar tudo o que me fez bem um dia, por mais contraditório que hoje seja? Definitivamente não estaria sendo eu mesma, mas aquela pessoa que a vida me forçou a ser, aquela torta, imperfeita pessoa sem sentimentos que tive de recorrer. Mas não sou, não deixei que 90% da minha vida me transformasse em algo que vai contra os meus princípios.
Quando se está definindo um fim, não esconda nada, não minta nem oculte, não vale a pena. Se acabou pra você, o que te custa dizer o que realmente acontece e me fazer entender? Coisas inacabas ou mal resolvidas nos impede de prosseguir. E eu quero prosseguir, eu quero seguir em frente, quero viver outros amores por mais que eu diga que não, eu quero alguma coisa, pode até ser você de volta, mas que possamos resolver, constatar e guardar como uma boa lembrança.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Menos

Às vezes eu queria nunca ter crescido (ou nascido). Essa mania de minuciosidades está me enlouquecendo, mania de achar que qualquer coisinha fora do comum é motivo de preocupação. Às vezes eu realmente queria ser menos. Menos louca, menos paranoica. Menos medrosa, menos atenciosa. Menos, tão menos. Menos fracassada, menos erros. Não entendo essa coisa de cobrar de mim algo que, às vezes, tampouco fazem. E se ousar me explicar e ainda mostrar a falta de reciprocidade, vai ser pior. Os olhares de "julgamento", a raiva, a não aceitação do fato, tudo vai se transformar num grande motivo para se criar mais uma desavença, colocando o diálogo em último lugar, deixando guardada novas mágoas para irromper em fúria mais tarde. E eu vou aguentando todas as patadas sem revidar, vou me escondendo, engolindo, fingindo que não tem nada, que não há nada, então vou suportando ser tratada com indiferença, desrespeito e falta de amor, vou só aguentando. E se um dia eu não suportar mais, espero ser capaz de seguir em frente sem rancor. Para uma infância tão rica em tudo, é meio (ou totalmente) contraditório que o resto da vida seja tão desastrosa, tão mal amada, com tão pouco sentido e falta de senso comum. Vou descobrindo que não importa a quantidade, tudo (ou quase) vai ser sempre insuficiente. Não importa o que eu faça...

Apodrecer

Odeio essa sensação de medo, de angústia por causa de erros meus. Odeio esse silêncio que maltrata esse pobre coração. Só peço um pouco mais de paciência, sinto uma necessidade tão grande de você, do mundo. Odeio o fato de que eu, normalmente, estrago tudo. Como uma maçã podre. É bem assim que eu sou, estrago, apodreço, maltrato tudo. No mais belo gesto que tento fornecer, é como um espinho na pessoa que recebe. É difícil ficar a cada dia mais cansada e mais sozinha. Pareço uma velha amargurada de quase 100 anos. Determinam datas para o fim do mundo enquanto o meu vai se acabando dia após dia até o momento que não suportar mais.
  • Chega de impaciência, de tantos medos. Vou só agindo de acordo com o que acho certo. Não sou o tipo de pessoa que mede os atos e palavras se no fim vão continuar arranjando desculpas para brigar.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Desamor


Talvez ele nunca entenda que mesmo que não tenha me deixado, é como se fosse, ele não estava cumprindo o papel que representa(va) na minha vida, e muito menos sendo aquela pessoa linda que eu conheci. Ele disse que não mandava no coração. O que eu posso fazer se ele não me ama mais como antes? Só superar, olhar pra frente e dizer: tudo bem, eu ainda te amo. Eu não me envergonho em não querer de forma alguma o que eu tanto pedi que ele não fizesse, mas se quer tanto a ponto de continuar me machucando com isso, ok, faça o que bem entender, só não me culpe se um dia eu cansar de ser aquela segunda opção.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

"Não suporto dúvida falsa"

Se estou estranha ou diferente é em resposta a sua indiferença, é um modo de defesa, receio, algo totalmente inconsciente. Eu quero que você possa me amar de novo, como amou um dia, mas eu não sei mais como voltar a despertar esse sentimento em você. Eu estava voando, tinha acabado de me jogar e você me forçou a por os pés no chão. A medida que você permanece não sendo você eu vou dando alguns passos pra trás, na expectativa de que eu possa correr, preparar voo e me jogar no abismo dos teus olhos e continuar longe do chão, gritando de felicidade por estar sendo amada novamente. "Relembro como tudo começou, pois agora essas lembranças são tudo o que me resta".
Acho que eu tenho que perder logo esse medo da vida, parar de pensar no que pode acontecer e viver do jeito que eu acho que devo, se não gostar não precisa se forçar a ficar, só acertar as diferenças, aceitar, respeitar, continuar, prolongar o afeto. Sinto falta do tempo em que "o medo era motivo de choro, desculpa pra um abraço ou um consolo". Não estou reclamando de nada, só pedindo de volta a pessoa por quem eu, perdidamente, me apaixonei. Se for pedir demais, me desculpe.

"Eu quero sempre encontrar você, seja lá aonde você estiver, e que eu consiga ser o seu perfeito, mesmo sendo imperfeito."

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Está acabando o amor, você ainda não veio, não disse, não ligou, se vem viver comigo. Se me quer como amiga, se não quer mais me ver. Você vai me esquecer, você vai me fazer padecer. Está acabando o amor, você já não me pertence, eu vejo por aí, você não está comigo. Nessa nossa disputa, nesse seu jeito bom, eu não quero saber. Você vai desdenhar e vai sofrer, e vai perder. Você vai me destruir, como uma faca cortando as etapas, furando ao redor. Me indignando, me enchendo de tédio, roubando o meu ar. Me deixa só e depois não consegue, não me satisfaz. Pensando em te matar de amor ou de dor eu te espero calada. Me pinte, me pegue. Me sirva, me entregue. Me deixe, me coma. Me envolva, me ame.

Vanessa da Mata - Você vai me destruir


A música está aqui para representar este momento da minha vida: o desespero, a dúvida.