sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Falta de amor

"Hoje o meu amor partiu, cansou dos meus vícios. Hoje meu amor partiu e nada vai mudar isso. Nada vai mudar minha cama grudada em mim, nem meu rosto inchado de mágoa..."
A lua estava belíssima e enorme, de um frio desigual que me lembrava a solidão - a dor, e como trilha sonora esta música... Ou foi coincidência ou pura ironia do destino. Pois é. Me permiti lembrar, as lágrimas tentaram rolar pelo meu rosto, mas não deixei ou talvez não tenha conseguido por pra fora, por ele não choro mais. "Calma, tudo está em calma. Deixe que o tempo cure". Eu sinto a falta dele, e isso é difícil de ignorar, tenho medo... Eu quero me apaixonar, eu quero amar, mesmo que isso acabe sempre me destruindo, eu quero ser de alguém, me entregar, não quero enganar, nem fingir, quero amar, sentir toda e qualquer adrenalina, o fogo da paixão, do desejo... sinto falta disso. Talvez eu não sinta falta dele em si, mas do que ele me fazia sentir, das emoções, dos sentimentos, gargalhadas, lágrimas, é disso que eu sinto falta. Do que ele me fez sentir, dos momentos, não sinto falta dele, ele não foi nada, não é nada. Eu sinto falta do amor. Porque foi por amor que eu chorei, que eu ri e desejei, foi por amor que eu disse e escrevi tudo o que fiz. Mas hoje eu quero esse amor de novo, eu quero amar. Não quero forçar nada, eu quero sentir naturalmente. "Ao longo desses meses que eu estive sem você, eu fiz de tudo pra tentar te esquecer. Eu já matei você mil vezes e seu amor ainda me vem, então me diga quantas vidas você tem".
Quantas possibilidades de amores me foram dadas e eu desperdicei todas, e hoje choro por falta delas. "Flores, frases feitas, o meu mundo é outro lugar, faça esse dia acordar". Dê-me doses de amor, de dor, de alguma coisa, por favor. Eu preciso sentir, viver, ansiar por alguém, não dá só para viver da falta do amor, do desejo de senti-lo mais, é preciso viver dele e por ele, mas toda vez que tento tocá-lo ele me foge os dedos. Que falta que me faz... esse amor.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Vícios, falta de sentido

Essa minha vida me impressiona. Hoje eu me desesperei, tentei controlar as lágrimas, desabei, por não suportar mais tamanha loucura. Mas eu me adaptei a situação, foi só questão de minutos ou horas até que a angústia passasse e eu pudesse continuar com o meu dia normalmente... Foi um dia legal, de verdade, divertido, muito bom mesmo, me surpreendeu. Minha vida é uma surpresa.
Estou sempre me viciando em alguma coisa, procurando sempre alguma coisa pra me ocupar, pra me hipnotizar e desligar do mundo alheio, ás vezes eu realmente acho que tenho problemas. Devo ser anti-social, chata, neurótica, louca, totalmente impaciente, e muitas outras coisas, eu sei. Mas é bom estar viciada em algo que amenize seus pensamentos, sabe. Me viciei nas palavras, nos livros, e este vício continua sempre me consumindo cada vez mais. Me viciei em alguns tipos de comida, guloseimas, essas besteirinhas todas. Tudo bem. Me viciei numa série muito foda, Dr. House, estou apaixonada por ele. Choro em quase todos os episódios. Ele é simplesmente extraordinariamente frio, ético, e sexy, muito sexy. A solidão dele me inveja, o sofrimento, a dor, toda essa vida de angústia dele me inveja. "A decepção é a raiva dos fracos", ele está certo, ando sempre decepcionada com a vida, comigo, com as pessoas, eu tenho uma raiva do mundo escondida sob meus olhos suplicantes, mas ao mesmo tempo eu tenho um amor incondicional por tudo isso, pelo mundo, por uma ideia de humanização.
Em um dos episódios, o Chase diz "Eu o amei até descobri que dói menos se não se importar", me identifiquei, estou sempre me identificando com House, é tudo tão invejável. Estou baixando todas as temporadas completas, daqui pra lá aparecerão muitas outras frases e identificações, muito o que me viciar e comprometer, o que ocupar e saber.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Hoje eu tô de bem com a vida

Essas conversas com pessoas que me entendem demais, ora me assusta, ora me conforta. Disseram que eu me apaixono demais e rápido demais, que eu dependo das pessoas, e sou um tanto possessiva por sempre querer estar por perto ou ao menos fazendo-o bem a qualquer momento. Eu acho que eu tenho medo de mim, ás vezes. Eu me apego rápido demais, fato, mas a maioria das vezes nunca dá certo, é sempre a pessoa certa na hora errada ou a pessoa errada na hora certa. Até que chega um dia, que por não aguentar mais ficar sozinha, a gente escolhe a pessoa errada mesmo, um tempo depois vem o abismo, mas tudo bem, é sempre hora de recomeçar. Acho que, novamente, estou passando por essa situação da pessoa certa na hora errada, duas vezes seguidas, assim, com um tempo tão curto de uma pra outra.
Eu não gosto de não me entender e nem entender aquelas pessoas que me interessam, isso é tão chato, aquelas contradições que nos excluem de suas vidas. Mas tudo bem, eu to vivendo um romance - ou será um lance? - legal com uma pessoa maravilhosa e vai dar tudo certo, eu acho. É só eu tomar cuidado e não me entregar de vez. Mas por enquanto, eu estou bem, feliz até. Aquele empecilho não me atormenta tanto quanto antes, não penso tanto assim e nem choro mais, não sofro mais, apenas aquela saudade enorme que dói lá no fundo mas nada muito relevante. Já se passou um ano desde o começo de tudo, e 6 meses desde o término de tudo, já era hora de dar mais um passo ao encontro de alguém que me quer, não sei se da mesma forma que eu o quero, mas tudo bem, é só mais alguma coisa pra superar. Numa vida de tantas superações, uma ou outra, é bobagem.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Um texto qualquer, lindo, achado

Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago... e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração. Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria. Baterá descompassado muitas vezes e sabe por quê? Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubou então! E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Luís Fernando Veríssimo