sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ninguém

Sapato baixo, calça larga e cabelo preso. Esquentou e seus ombros tensos agradecem. Que cara bonita é essa? Já logo no elevador. Ah, devo ter dormido bem. Bom dia, bom dia. Olha, você está muito bonita hoje. Um fala, outro concorda. E pelos corredores, sorrisos dão continuidade aos elogios. O que é? Que segredo ela guarda? Que novidade é essa? Na cozinha perguntam: novo amor? No estacionamento perguntam: voltou com alguém? No restaurante, na hora do almoço: é alguém novo? Cruza com um namorado antigo "nossa, você tá muito... é o quê? Sexo? A noite toda? Conta, vai, eu agüento ouvir". Contar o quê? No espelho, enquanto escova os dentes, fecha os olhos e sabe pra si o segredo: ninguém. Não gostar de ninguém. Nada. Nem um restinho de nada. Nem de tudo que acabou e nem de nada que possa começar. Nada. Pouco importa qualquer outra vida do mundo. Não é nem pouco, é nada mesmo. Um dia inteiro para achar gostosas coisas bobas como um pacote de pipoca doce, um tênis pink ou a hora do banho quente com músicas recém baixadas e o tapetinho vermelho. Um dia inteiro sem escravidão. O celular, o e-mail, o telefone de casa, o ar, o interfone, a rua. São o que são e não carrascos que nada dizem e nada trazem. Um coração calmo, se ocupando de mandar sangue para as horas felizes de trabalho, estudo, yoga, massagem, dormir, bobeiras, pilates, comer, rir, cabelo, filmes, comprar, trabalhar mais, ler, amigos . É isso. Uma agenda enorme que a ocupa de ser ela e não sobra uma linha de dia pra lamentar existências alheias. Linda, ela segue. Linda e feliz como nunca. O segredo do espelho, escovando os dentes, sozinha, aperta os olhos, segura a alma um pouco sem respirar. Segura a pasta pensando que é um pouco de alma consistente na boca. Não cospe, suporte. Ela pode finalmente suportar seu peso e não dividir isso nem com o ventinho que entra pela janela. Nem com o ralo que a espera boquiaberto. A sensação é a da manhã seguinte que o papai Noel deixava os presentes: não é mentira, é só um jeito de contar a verdade com algum encantamento.

Tati Bernardi

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Mudanças



Depois de uma vida só de decepções amorosas, é inevitável a mudança. Depois de um grande e terrível amor, é difícil não se tornar tão filha da puta com os outros como ele foi comigo. Enquanto ainda sofremos desconsoladamente por isso, aparece alguém e se torna um grande amor, a diferença é que ele é diferente. Diferente de todos os outros, do que eu me tornei. Mas ainda assim ele se apaixona pelo que restou de mim, mas eu sofri mudanças, as quais o fizeram sofrer. Ele disse que depois de um tempo as pessoas costumam mostrar as caras. Mas essa não é a minha cara nem minha culpa, é culpa do filho da puta que passou por aqui e deixou um estrago no meu coração. O problema é que por dentro eu continuo a mesma, só que melhor em partes, mas os meus atos inconseqüentes e palavras incoerentes, foi o que restou do outro. Peço a todos que me perdoem, mas imploro a mim o meu perdão. Ninguém merece viver em meio aos espinhos do mar de rosas, queremos as pétalas também, a suavidade e o cheiro bom. Eu posso fazê-lo sofrer de vez em quando, mas eu ainda sou aquela garotinha doce e meiga que sempre deu tudo pelo amor, eu sei que o faço feliz com minhas loucuras e delicadeza, como sei que o faço sofrer quando estou em momentos que simplesmente não fazem parte de mim.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Reviravoltas

As coisas estão tão confusas que eu não tô nem ai pra nada, talvez até por medo de me confundir mais e mais em quaisquer outros aspectos. A vida vem me dando flores e também muitos tapas na cara, até mesmo caixas vazias. O mundo está parecendo dar uma daquelas voltas que não tem fim, onde tudo muda, e o que há de mais inusitado acontece, hora errada com as loucuras as quais sonhava. "Não é que eu lhe queira mal, apenas não te quero mais". Aquele por quem entreguei meu coração já não me desperta mais tanto interesse, devido a volta dele na minha vida. A presença dele não me adianta em nada, só me retarda, isso faz com que todo aquele amor que jurava sentir diminua a medida que o veja, não mais com olhos de amor, mas olhos que veêm o real, me surpreendi. Agora tudo mudou, toda a falta e anseio são dirigidos para outra pessoa... aquele que tanto me fez bem, que durante todo o tempo que esteve ao meu lado foi para me apoiar e fazer o que eu precisasse, independente dos meus sentimentos. Ele me amava, e eu, num estado de plena burrice, pedi que me deixasse por um tempo. E sofro por medo de que ele venha a me superar, a deixar de me amar e partir pra outra, medo de que ele nao me queira mais, não me espere, nem me deseje, medo.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sem nexo algum

A falsidade me enoja, se fosse ao menos disfarçadamente, mas é daquelas que querem ser notadas, de um jeito ou de outro elas se forçam a ser descaradamente percebidas. E, sinceramente, isso me enoja ainda mais. Finjo que nem percebo, mas minha força - ou o que resta dela - está bem unida, pronta pra qualquer ataque, defesa. E assim deixo a entender que sou ingênua, burra talvez, mas tu achas mesmo que eu me incomodaria com opiniões medíocres, sem fundamentos? Não, fosse quem fosse ou quem se mostrasse ser. Posso me enfraquecer, estar quase desistindo, mas o que elas pensam não me afetaria em nada. E a cada momento eu percebo minha fraqueza, ingenuidade, tristeza, inveja, receio, medo ou o que quer que me degrade. Mas se eu estiver feliz, nada mais importa, defeitos à parte, e o amor que permaneça, cresça, viva das partes boas que restarem de mim. Mas é uma pena que certos detalhes meus influenciem tanto para minhas atitudes depreciativas, se a vida me deixou assim, me tornou assim, só me resta aceitar.
Mudando totalmente o rumo disso tudo, resta-me dizer que: eu ando tão triste que eu não encontro motivos para justificar minha tristeza.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A minha paz ausentada

Desamparo; melancolia; tristeza; solidão; mágoas. Você está passando por algum destes? Um? Dois, talvez? É, as pessoas sensíveis costumam senti-los com uma frequência maior. Eu? Ah, eu estou sentindo tudo isso e tanto mais, esses tantos que me matam. Ultimamente, tenho me sentido tão deprimida, pra baixo, carente, necessitando de algo, esse algo que eu nem sei o que é. E veja só, eu que tenho tudo pra estar feliz e não estou... Por quê? Eu não sei. As situações estão pesando cada vez mais, está sempre acontecendo algo pra me denegrir, entristecer. E o colo em que eu encontro a minha paz anda um pouco ausente, aquele que pediu que eu fosse sua está, de certa forma, distante. Eu preciso dele, da calma que ele me traz, da paz, as gargalhadas, brincadeiras, abraços, os olhares. Sinto falta da minha paz. E esta semana sem ele está sendo um tormento, a cada dia algo me magoa mais e eu tenho uma vontade louca de chorar e gritar e morrer e sofrer, sem poder. E tudo isso me faz sentir raiva, e vira rancor, e maltrata, então eu fico chata e sou chata com ele e a minha paz é adiada mais uma vez. Estou demasiada cansada, mas tento engolir a dor e pelo menos fingir que sou forte, mas contanto que eu consiga seguir com os dias com um sorriso no rosto, nem que seja aqueles de canto de boca mesmo, só pra não perder a graça, a rédea e a média. A cada angústia eu me esforço para encontrar-me rapidamente com ele, para o meu conforto, meu descanso, para o colo em que eu me escondo dos meus temores e vivo com mais ênfase o doce da vida: o amor. Eu acho que estou amando com toda e qualquer força que ainda resta em mim, e me pergunto se me entregar assim me fará tão bem quanto a presença dele. Talvez eu esteja me precipitando, ou então eu já deveria ser totalmente dele há muito, mas há um lado que impede, aquele que insiste em lembrar de alguém que não me traz nada, não me é nada, não é nada. E eu só posso sentir mais falta, porque "a falta é a morte da esperança". Saudade já nem sei mais como é, de tanta ausência que ele deixou. Amor, volte. "Não se perca de mim, não se esqueça de mim, não desapareça" porque eu preciso de você cada vez e sempre mais. Entre tantas reviravoltas, me encontro na doce e amarga volta da vida, se preparando para o ápice de toda e completa paz, daquilo que procurei em outros braços e encontrei neste. E que esta paz se estenda durante meses, continuando a me trazer conforto, até porque toda alma cansada precisa de um descanso.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Desabafo

Fico indignada com tamanha hipocrisia. Ou talvez não seja hipocrisia, só que ele não queria realmente nada comigo, e ao ver o quão envolvido estava optou por uma desculpa qualquer. Tudo bem. Que morra.
Estou triste. Fiz besteira, e eu só odeio me irritar assim tão facilmente. Além de entender de forma errada, e saber disso, me atinge, me chateia e me irrita. Isso que torna tudo mais difícil pra mim. Não posso passar muito tempo sem ver alguém, que já acho que é porque aquela pessoa não quer me ver. Ou então, quando eu sugiro algo a uma pessoa e a resposta do mesmo seja tão evasiva que me deixa a entender que ele não quer isso. Ah, isso só me tira do sério. Tanto o fato de eu saber que não é nada daquilo do que penso como aquilo que penso. Estou enlouquecendo cada vez mais. E isso só me dá vontade de chorar... Porque eu não sei o que eu quero, nem como quero, e muito menos se é realmente o que deveria querer ou estar fazendo. Não gosto de sentir as coisas por um meio-termo. Não gosto de forçar a superação de algo e ao mesmo tempo insistir no aprofundamento de outro.
Cara, eu estou besta. Como as CRIANÇAS hoje em dia podem ser tão ridículas, dando uma de pequenos adultos, as opiniões, a mentalidade, a ideologia desses seres medíocres. Poxa, eu estou chocada. Não consigo acreditar que exista no mundo pessoas assim. E o pior, é que boa parte dessas ideologias ridículas são consequências do que está escrito na bíblia. Eu fico abismada com as coisas que eu vejo por ai, sério. Fiquei tão enojada que não tenho nem mais o que escrever. Nossa.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Falta de amor

"Hoje o meu amor partiu, cansou dos meus vícios. Hoje meu amor partiu e nada vai mudar isso. Nada vai mudar minha cama grudada em mim, nem meu rosto inchado de mágoa..."
A lua estava belíssima e enorme, de um frio desigual que me lembrava a solidão - a dor, e como trilha sonora esta música... Ou foi coincidência ou pura ironia do destino. Pois é. Me permiti lembrar, as lágrimas tentaram rolar pelo meu rosto, mas não deixei ou talvez não tenha conseguido por pra fora, por ele não choro mais. "Calma, tudo está em calma. Deixe que o tempo cure". Eu sinto a falta dele, e isso é difícil de ignorar, tenho medo... Eu quero me apaixonar, eu quero amar, mesmo que isso acabe sempre me destruindo, eu quero ser de alguém, me entregar, não quero enganar, nem fingir, quero amar, sentir toda e qualquer adrenalina, o fogo da paixão, do desejo... sinto falta disso. Talvez eu não sinta falta dele em si, mas do que ele me fazia sentir, das emoções, dos sentimentos, gargalhadas, lágrimas, é disso que eu sinto falta. Do que ele me fez sentir, dos momentos, não sinto falta dele, ele não foi nada, não é nada. Eu sinto falta do amor. Porque foi por amor que eu chorei, que eu ri e desejei, foi por amor que eu disse e escrevi tudo o que fiz. Mas hoje eu quero esse amor de novo, eu quero amar. Não quero forçar nada, eu quero sentir naturalmente. "Ao longo desses meses que eu estive sem você, eu fiz de tudo pra tentar te esquecer. Eu já matei você mil vezes e seu amor ainda me vem, então me diga quantas vidas você tem".
Quantas possibilidades de amores me foram dadas e eu desperdicei todas, e hoje choro por falta delas. "Flores, frases feitas, o meu mundo é outro lugar, faça esse dia acordar". Dê-me doses de amor, de dor, de alguma coisa, por favor. Eu preciso sentir, viver, ansiar por alguém, não dá só para viver da falta do amor, do desejo de senti-lo mais, é preciso viver dele e por ele, mas toda vez que tento tocá-lo ele me foge os dedos. Que falta que me faz... esse amor.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Vícios, falta de sentido

Essa minha vida me impressiona. Hoje eu me desesperei, tentei controlar as lágrimas, desabei, por não suportar mais tamanha loucura. Mas eu me adaptei a situação, foi só questão de minutos ou horas até que a angústia passasse e eu pudesse continuar com o meu dia normalmente... Foi um dia legal, de verdade, divertido, muito bom mesmo, me surpreendeu. Minha vida é uma surpresa.
Estou sempre me viciando em alguma coisa, procurando sempre alguma coisa pra me ocupar, pra me hipnotizar e desligar do mundo alheio, ás vezes eu realmente acho que tenho problemas. Devo ser anti-social, chata, neurótica, louca, totalmente impaciente, e muitas outras coisas, eu sei. Mas é bom estar viciada em algo que amenize seus pensamentos, sabe. Me viciei nas palavras, nos livros, e este vício continua sempre me consumindo cada vez mais. Me viciei em alguns tipos de comida, guloseimas, essas besteirinhas todas. Tudo bem. Me viciei numa série muito foda, Dr. House, estou apaixonada por ele. Choro em quase todos os episódios. Ele é simplesmente extraordinariamente frio, ético, e sexy, muito sexy. A solidão dele me inveja, o sofrimento, a dor, toda essa vida de angústia dele me inveja. "A decepção é a raiva dos fracos", ele está certo, ando sempre decepcionada com a vida, comigo, com as pessoas, eu tenho uma raiva do mundo escondida sob meus olhos suplicantes, mas ao mesmo tempo eu tenho um amor incondicional por tudo isso, pelo mundo, por uma ideia de humanização.
Em um dos episódios, o Chase diz "Eu o amei até descobri que dói menos se não se importar", me identifiquei, estou sempre me identificando com House, é tudo tão invejável. Estou baixando todas as temporadas completas, daqui pra lá aparecerão muitas outras frases e identificações, muito o que me viciar e comprometer, o que ocupar e saber.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Hoje eu tô de bem com a vida

Essas conversas com pessoas que me entendem demais, ora me assusta, ora me conforta. Disseram que eu me apaixono demais e rápido demais, que eu dependo das pessoas, e sou um tanto possessiva por sempre querer estar por perto ou ao menos fazendo-o bem a qualquer momento. Eu acho que eu tenho medo de mim, ás vezes. Eu me apego rápido demais, fato, mas a maioria das vezes nunca dá certo, é sempre a pessoa certa na hora errada ou a pessoa errada na hora certa. Até que chega um dia, que por não aguentar mais ficar sozinha, a gente escolhe a pessoa errada mesmo, um tempo depois vem o abismo, mas tudo bem, é sempre hora de recomeçar. Acho que, novamente, estou passando por essa situação da pessoa certa na hora errada, duas vezes seguidas, assim, com um tempo tão curto de uma pra outra.
Eu não gosto de não me entender e nem entender aquelas pessoas que me interessam, isso é tão chato, aquelas contradições que nos excluem de suas vidas. Mas tudo bem, eu to vivendo um romance - ou será um lance? - legal com uma pessoa maravilhosa e vai dar tudo certo, eu acho. É só eu tomar cuidado e não me entregar de vez. Mas por enquanto, eu estou bem, feliz até. Aquele empecilho não me atormenta tanto quanto antes, não penso tanto assim e nem choro mais, não sofro mais, apenas aquela saudade enorme que dói lá no fundo mas nada muito relevante. Já se passou um ano desde o começo de tudo, e 6 meses desde o término de tudo, já era hora de dar mais um passo ao encontro de alguém que me quer, não sei se da mesma forma que eu o quero, mas tudo bem, é só mais alguma coisa pra superar. Numa vida de tantas superações, uma ou outra, é bobagem.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Um texto qualquer, lindo, achado

Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago... e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração. Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria. Baterá descompassado muitas vezes e sabe por quê? Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubou então! E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Luís Fernando Veríssimo

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Abismo

Mais uma vez, deu tudo errado. Perdi o jogo. Mas se tratando de um coração, da paz de um sorriso, jamais se trataria de um jogo. Eu perdi de qualquer forma. E mais uma vez, estou no chão. Sem nem ao menos ter tido tempo pra respirar o ar puro que me consumia naquela paz, nem tive tempo de desfrutar por completo daquela felicidade... Me tiraram tudo de novo. Eu não aguento mais, não dá pra suportar tanta pressão, tanta dor, é muito com o que lidar e superar. Eu estou tão cansada de tudo isso, de levantar e dado o primeiro passo cair de novo e de novo. As coisas só estão piorando a cada segundo, hoje foi um péssimo dia. Eu só tenho que ignorar, mas não dá. Poderia ter esperado passar um pouquinho e me dizer só na semana que vem, para que eu pudesse ter essa felicidade doce por mais tempo e fazer tudo direito ou errado, mas ainda assim ter um motivo pra sorrir. Agora, agora eu não consigo mais fazer nada nem direito nem errado, só tenho motivos pra cair, nenhum me traz um sorriso. Recebendo presentes e sendo retirados de mim antes mesmo de chegada a data. Ninguém é capaz de notar? De me ajudar? Eu tenho que ser forte, mas eu só não consigo mais, minhas forças se esvaíram no ar feito pó, junto com tudo de bom que havia em mim. Eu cai, estou no chão, e não vejo ninguém pra me abraçar, me dar a mão.

Partir, paz

Quantas vezes ele reclamou, dizendo que eu não era romântica, só porque não olhava para trás depois de me despedir, e ele nem sequer percebia o medo que me afligia, que estava escondido sob meus olhos, medo este que se definia em uma frase: Eu não olhava pra trás para não te ver partir. E há um pouco mais de 5 meses atrás, eu tive que vê-lo partir sem nem ao menos ver ou sequer olhar para trás, e me fez pensar se eu tivesse feito teria mudado algo? Não, a culpa, de certa forma, foi minha, mas não foi por isso, foi por ter ousado acreditar que eu seria - me sentiria - mais feliz sem ele, dando-me conta do erro cometido eu só pude me denegrir, me acabar, morrer por dentro, aos poucos... E agíamos um com o outro como se nem nos conhecêssemos mais, e eu pensei que passados 5 meses sem vestígios dele, seria a deixa para recomeçar de vez. Até que, enfim, eu encontrei alguém que me fez sentir maravilhosa, maravilhada, de um valor que antes eu não ousava admitir. Em menos de uma semana ele me fez me sentir feliz novamente, sem me pedir nada em troca. E eu pude degustar disso sem rédias, sem médias.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Felicidade

Enfim, me sinto mais livre daquele sentimento arrasador que me mantinha no chão. Hoje, eu me sinto, de certa forma, feliz. Encontrando e me desencontrando de pessoas lindas, e fazendo com que uma permaneça continuamente na minha vida num gostar infindável. É tão reconfortante encontrar alguém tão perfeito pra si que pareça ser um sonho, alguém tão você, tão de acordo com você e suas medidas. É tão inimaginável isso tudo, essa sensação gostosa de pensar em alguém e abrir aquele sorriso enorme no rosto, porque ele também te sente da mesma forma. Me sinto nas nuvens, estou voando num sonho abrasador, e espero acordar só daqui a alguns anos, e espero que a queda seja rápida e indolor. Mas se doer, tudo bem, os momentos estão sendo tão irreais que tanto faz, a dor não se comparará ao agora. Que loucura, há algumas semanas atrás eu estava apenas andando por ai, sem expressão, sem real felicidade, sem nada pra dar, só com essa melancolia e solidão. Hoje, há poucas semanas, este sentimento vem crescendo e me fazendo cada vez melhor, só que com um pesar: essa dependência dele, do retorno dele. Mas a cada palavra dele, a cada frase doce eu sinto esse anseio de mais, essa vontade de permanecer ao seu lado cada vez mais. Eu só me sinto bem, muito bem. Mas ás vezes surge aquele aperto no coração, avisando que a qualquer momento você pode cair, você pode acordar e isso tudo acabará e virá uma dor ainda maior que a já sentida. Desculpe, comecei com toda a história de sofrimento de novo, não é? A parte ruim de ser um pouco - ou muito - pessimista, sempre vendo e sentindo todas as formas de dar errado. Mas por enquanto, eu aprecio de todas as formas essa felicidade boba que me faz companhia.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Cansaço

Estou tão cansada... Tanto físico como emocionalmente. As coisas parecem degradar a cada segundo. Estou cansada de tudo, de olhá-lo e não poder senti-lo, sentir seu cheiro - aquele que por tantas vezes esteve emanando junto ao meu, numa mistura de amor e desejo - e não poder tê-lo ao meu lado, que desastre. Saber e sentir tal amor e não poder demonstrá-lo, sentir tanto e ele não sentindo nada, absolutamente nada. Estou cansada de ter esperança, de insistir em algo que não volta mais. E o pior de tudo é que eu ainda vou vê-lo, se pudesse existir apenas dentro de mim e mais nada, sem vestígios de que ele está por perto, quem sabe eu poderia superar mais rápido. Sendo que eu estou tão cansada. Talvez fosse melhor se eu tivesse morrido naquele acidente, me pouparia tantas perdas, tanta dor; e teria aqueles que ficariam de luto por mim, uns que dariam atenção por um mês ou menos e pronto, esqueceu, mas tanto faz, contanto que eu não sentisse mais. Eu sei, eu sei. Isso passa, você supera, e todos aqueles clichês. Mas isso dói, dói tanto que rouba minhas forças e me destrói. E no meio de tudo isso há uma contradição: quando eu conseguir superar - se é que vou conseguir - vai ser triste, ainda mais do que tudo, porque eu não mais passarei mal com a presença dele, meu coração não vai mais acelerar, tanto irá sumir e eu sentirei falta disso, mas ainda sim daria graças por ter passado, pelo menos o suficiente. Suficiente pra quê? Pra viver, e não sobreviver. Pra sorrir de verdade, e não mais tentando agradar, não mais escondendo uma dor. Eu só me sinto cansada, de tantas maneiras, de todas as maneiras, muito cansada. "No dia que te perdi, acordei mais cansado que sozinho".

domingo, 4 de julho de 2010

Perdendo o sentido

Ás vezes as coisas parecem um pouco irreais, devido a loucura dos acontecimentos. Pareço mais um imã pra homens mais velhos (6). Mas quando nós sentimos algo por uma pessoa, algo que não se compara ao já sentido, ao amor já preenchido no coração, e muito menos ao que se sente quando está com qualquer outro, algo diferente que sabemos que pode crescer se for investido, o problema é que NÃO PODE ser, e isso me aborrece e faz com que eu tenha de recorrer ao amor que não pode ser pensado, tocado, sequer olhado, e acaba sendo a pessoa certa na hora errada de novo. E isso tudo me faz perder a cabeça, me faz sentir desgostosa e sem vontade de nada, a não ser de ficar deitada enrolada num cobertor com o ar ligado até congelar o coração, chorando e chorando, e rindo de coisas passadas, lembrando de coisas ilegais, fazendo-nos sentir pior. Com uma vontade de mais, eu quero alguém que acabe o meu sofrer. Tantas vezes já escutei que é tudo uma questão de tempo, mas já se passaram tanto e parece não adiantar nada. Isso é uma loucura, tal que aumenta ainda mais a louca que vos escreve.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

confusões

Ás vezes eu só não acredito em como a insensibilidade é tão frequente hoje em dia, ou então como as pessoas se enganam em relação ao amor, apenas por ver alguém já faz juras de amor, que amor? Este amor mesmo eu não quero, nunca vi e nem chego perto. Ah, gostou de mim? Me achou atraente? Vem cá que a gente conversa. Mas você me ama porque me achou atraente ou porque gostou de mim? Sai dessa. Direta ou não, não perco tempo com falso amor ou falsa paixão. Não digo que é preciso meses para se apaixonar ou amar, depende da pessoa, momento, intensidade, da química, mas alguém que você nem conhece já é o amor da sua vida? Poupe-me de tais comentários. Realismo, é disso que eu sou feita, otimismo é bem-vindo mas pouco presente. Dizem-me que sou pessimista, qual é, eu sou realista, ninguém entende isso? Ok, ás vezes um pouco, mas, tipo assim, de vez em quando temos que pensar em todas as formas de dar errado, certo? Passados alguns momentos, eu passo pra realidade, então um pouquinho de ilusões. Eu sou feita pra o amor e não nego meu romantismo, sou um doce amargo. Mas quem não gosta de uma romântica incurável com um pitada – ás vezes exacerbada – de sacanagem? Eu tenho fogo, grande e insaciável, sei ser quente e doce ao mesmo tempo. O problema é o que acontece dentro de mim no processo. Vai que eu me apaixono? Já me dei conta de que definitivamente tudo que é proibido é mais gostoso, muito mais gostoso, fica na memória... Marcou presença no meu coração, fez bom grado com minha sensibilidade, mexeu com os meus sentidos, usou e abusou das minhas necessidades, compartilhou uma dose grande de fogo comigo e um pouco de doçura. Aquelas frases bobas e doces, tipo: “Queria estar contigo em outro lugar”. Puta que o pariu, eu me apaixonei. Aquela voz me dizendo uma coisa dessas no ápice do momento, com aquela cara de anjo e um tom zombeteiro de quem quer algo mais, me perdi naquele olhar. Mas não poderá ser realmente meu. É, confundi tudo e misturei tudo de novo, não é? Deixa pra lá, um dia você vai entender.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

não enlouqueça

São tantos tormentos, e as pessoas apenas dizem que não vale a pena, pra deixar pra lá, esquecer ou superar, como se fosse assim tão simples. Ás vezes tem coisas que nos ajuda e outras que nos prejudica ainda mais. Vontade de chorar, de por tudo pra fora, trocar o coração por um fígado e viver bem ou quase lá. Mas é melhor assim, é melhor ter amor pra dar e vender, viver e esbanjar felicidade. Meus ouvidos doem, meus olhos doem, minha boca está seca, minhas mãos estão cansadas, meus pés dormentes, minhas perna paralisadas, meu corpo entorpecido, mas as lágrimas continuam insistindo em encontrar o chão, tentativa inútil das mesmas. Como se palavras agonizantes, gritos desesperados, olhos suplicantes, silêncios dolorosos, provas de amor, fossem fazer alguma coisa, resolver alguma coisa, ou até mesmo chegar do outro lado, aquele lado que não existe mais, que não conheço mais e nem admiro mais, uma incógnita. Terror, que terror, horror, dor. Por quê? O mar de rosas também têm espinhos, garotinha, você esqueceu? Você deixou sua vida pra trás para viver outra, esta outra que lhe esqueceu num segundo. E você é uma garota boba, mulher medrosa, inútil, um caso perdido, um nada, como tantos dizem ou como o que você é pra alguns: NADA. Agora morre, garota, ou aprende a viver, ou aprende a sofrer, ou aprende a suportar. Suportar? É, seria a palavra correta, a frase definitiva: Aprenda a suportar, querida, tudo isso vai melhorar, nem que seja um pouquinho. "Tenha fé em Deus, tenha fé na vida". Minha vida é boa, farta, eu tenho esperança, aprendi a ter. Mas só tenho esperado, por tanto, apenas esperado. Blasfêmia. Você esperou e conseguiu o que queria: ser amada - mas será que fui mesmo?, só que você continua esperando. É assim mesmo, menina, tenha paciência. Pense só no bem, nas rosas, deixe os espinhos pra lá. Sorria. Tem coisa melhor? Só um. Vá. Não se incomode, um sorriso tão bonito, não deixe isso se perder, virar poeira, nada... Reascenda seu fogo, esbanje sensualidade, ataque, mas não deixe de viver, minha pequena, sonhe, vá além. Deixe de pensar besteira, é tudo uma questão de tempo. Tempo?

terça-feira, 29 de junho de 2010

felicidade fácil

Quando eu não me preocupo em me apegar a alguém, por pensar que não irei de jeito nenhum, acaba acontecendo. Coisas estranhas. Lindas. Doces. Deliciosas. Perigosas. Cheirosas. Hmmm, pura fantasia, puro fogo, puro ardor, pura malícia com cara de inocência. Gargalhadas doces, olhares sinceros, brilhantes. Beijos perigosos e proibidos. Ilegais. Tesão desconhecido por alguém que eu jamais imaginei. Maravilhoso. Concordo que as proibições deixam tudo com mais sabor. E que sabor... Poderia me reprimir sendo tão bom? Sim, deveria, mas eu só consigo desejar mais, por mais tempo, por um pouco mais, por mais; menos roupa, mais pele, mais beijos, menos palavras, mais tempo, menos dor. Lágrimas rolaram sem me avisar, e quando vi estávamos conversando sobre nossa vida amorosa, que não nos diz respeito, que não tem nada a ver um com o outro, como dois amigos conversando sobre amores antigos e atuais, por acaso, se pegando. Estranho, casual, familiar, e mais uma vez: perigoso, muito, muito perigoso. Ao observá-lo ir, me dou conta de seu cheiro emanando do meu corpo, por ter estado tão perto. Me dou conta ainda mais da doce ilusão deste pensamento. Que bobeira minha, me deixar sentir...

domingo, 27 de junho de 2010

reações

Não ter reação em determinada situação é estranho, não ter reação do modo que tive é aterrorizante, amedrontador, horripilante, e me deu medo, muito medo... Meu coração parou, definitivamente; minha respiração, se tornou nada, ela simplesmente não existia; meus olhos abriram em tal espanto; minha boca fez um formato de O; enquanto um braço só pendeu o outro instantaneamente pôs a mão no coração, numa tentativa de verificar o batimento que não tinha; e eu só pude olhar, mesmo depois de ter passado, olhar pra o nada, na espera de algo, qualquer coisa que me deixasse um pouquinho mais sã, lúcida... Então, quando tudo parece morrer, quando tudo parece não voltar mais, a realidade vem e me bate à cara, num tapa bem seguro, daqueles que dói mais que qualquer outra coisa. E tal realidade é tão triste e má que eu me sinto sem chão, eu perdi tudo. Eu sai, na dúvida de correr ou continuar caminhando, mas sai, alguns segundos depois alguém chega por trás e me pergunta se eu estou ficando louca, ao olhar para o rosto do mesmo, as lágrimas só saem, numa velocidade surpreendente, rumo ao chão. E este me olha com pena e me abraça, me mantém em seus braços e diz: Ele não tá nem ai pra tu, e você fica desse jeito, para com isso. Foram palavras simples, rudes, e ao mesmo tempo carinhosas. Eu só pude chorar, e me senti grata que pelo menos alguém se importava...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Quando a dor simplesmente bate à porta...

Eu já me senti morrer tantas vezes, me senti doente tantas vezes, que talvez morrer de verdade não pareça assim tão mal. Mas pra quem é covarde, é aterrorizante, não achas? Eu tenho esperanças, sabe, de um dia onde todo esse mal colida com todo um novo amor, que possa surgir do lugar mais inesperado... Eu tenho de aprender a ser paciente, já pensou se tudo na vida fosse fácil? Estaríamos perdidos, muito mais que o habitual, isso é certo, mas não haveria graça em se viver, não haveria uma verdadeira satisfação em encontrar conforto, gargalhadas, leseiras em momentos inesperados que acabam se tornando preciosos... Tal como a última aula de hoje, de física, onde estivemos lá atrás lesando, sendo bobas, rindo da vida e de tudo, falando bobagens, esquecendo por um pouquinho de tempo que as coisas podem melhorar, mas lembrando a cada segundo que toda essa dor faz com que esses momentos sejam mais lindos e especiais. Mas, quem sabe, se a dor for embora, se meu coração permanecer em estado neutro, esses momentos continuem com mais frequência e sabor, tornando tudo tão bom de se viver, como num sonho. Um dia, eu poderei simplesmente lembrar disso tudo com um sorriso enorme no rosto e dizer com toda e total veemência: EU AMEI E ESTIVE FELIZ, EU VIVI E SOU FELIZ!

um sentimento, pensamento, emoção

ás vezes eu simplesmente paro no tempo e penso, penso, penso, penso até a cabeça doer, o coração arder, a solidão chegar, e as lágrimas rolarem sem nenhum motivo aparente - ou talvez com motivos até demais. e tudo se encaixa ou mistura, tudo se torna mais lógico ou eu enlouqueço de vez. talvez, só talvez, eu realmente esteja louca, mas é louco aquele que ama, que se entrega, que se dá tanto a ponto de ser deixado pra trás, como se fosse nada? talvez. eu sou louca, sabe, porque eu amo... amo o quê, afinal? tudo? ele? aquele homem/garoto que apareceu na minha vida assim, sem mais nem menos, e permaneceu lá, durante meses e meses, e eu não tenho culpa de ter me apaixonado, tenho? ah, qual é, todos sabem que não, mas eu tenho culpa de ter me permitido amá-lo, isso foi um erro, mas quer saber? quem se importa? você? ele? eu? não, eu ainda o amo, eu ainda o quero, o desejo, o temo, o obedeço, eu ainda sou dele, totalmente, e eu não me arrependo disso tudo, não me arrependo de nada, afinal. milagrosamente eu achei o lado bom dessa coisa toda.

talvez tolices . han ?

- E se a vida me tirar o chão, eu cairei, e talvez a queda seja tão forte que eu possa enxergar a realidade devido ao impacto... Estarei sempre sendo deixada pra trás, mas sinceramente, eu vou me agarrar a alguém e talvez, só talvez, eu possa me erguer e seguir em frente, e ai eu olharei fundo nos olhos deste que teve a coragem de me ter e o amarei de tal forma que nos enlouquecerá a ponto de o próprio me deixar...

- Minha nova aparência: decadente... veio e se instalou sem nem pedir permissão, e eu... eu deixei que ela ficasse, tive compaixão e dei meu corpo para que ela pudesse habitar.

- Você foi embora... Só me resta o vazio. O vazio. O meu amor foi embora e não volta mais. Guardei a esperança no meu coração, numa expectativa quase lúcida de que você volte, sem regras, sem médias, sem mágoas, sem raiva, com amor, com saudade, com o doce eternizado que tinha nos teus olhos. Que volte, com sorrisos, com todo o amor que você tinha por mim, se é que tinha... Mas apenas que volte. Volte para os meus braços, num abraço sem fim, daquele jeito, apenas para permanecer ao meu lado num momento quase comum, para me fazer rir ao invés de chorar, pular ao invés de cair, abraçar ao invés de se encolher. Que volte para me fazer feliz, como um dia, num passado quase distante, você me fez. Eu te amo e preciso que você volte.

- Nada forçado dura, meu amor, então você me amou, pena que acabou, deixou-se ir e me deixou aqui, sem nada mais, não deixou nem um pouco de amor, foi embora e levou tudo consigo, só deixou as lembranças, os momentos, o amor que tenho por ti, a saudade, e os ensinamentos, teu amor se foi junto com o nosso. Infelizmente.

Crônica :x

Crianças de rua, não mais crianças

Um dia, ao observar as pessoas na rua, as crianças "de rua", eu resolvi pesquisar. E me perguntaram: pesquisar o quê? Sobre o quê? Por quê? Porque, respondi, são crianças, seres humanos, pessoas que têm sentimentos e merecem viver como outra qualquer do planeta, mas por serem marginalizadas, por vocês mesmos, desta sociedade injusta, parecem ser de outro planeta - será que são de marte?, são desrespeitadas e ridicularizadas por pessoas de mesma raça, senão de mesma cor, mas de mesmos direitos, é isso, isso que me aborrece e entristece, e prejudica ainda mais nossa nação, são seres medíocres aqueles que os julgam e os fazem dessa forma, isso é um absurdo. Ao ver a surpresa nos olhos daqueles que me ouviram, vi que estava indo pelo caminho certo, atacando de frente aqueles que me subestimaram.

Andando e observando, eu vi uma criança magrinha, magrinha, lá pelos 7 anos de idade, no semáforo, vendendo comida - eis a questão: será que quem vende tem o que comer e vice-versa?... O que vi nos rostos daqueles que estavam em seus carros, foi desprezo, raiva, atitude de animais, cachorros raivosos, pessoas sem compaixão ou humildade. Fiquei parada ali por um bom tempo, apenas observando e anotando, e lá estava ele sentado na calçada, desamparado, comendo o que esteve tentando vender por não ter outra opção, desta feita apareceu um cachorro e o ofereceu o pouco que tinha, fiquei estupefata com a veracidade dos fatos decorrentes desta tarde; um ser tão pequeno sendo humilhado por pessoas tão pequenas de espírito e mesmo assim dando o pouco que tem, compartilhando, amando, e tendo esperança de um dia melhor. Não mais o tempo passa, uma família unida, mãe e filha, passam juntas poor ali, brincando e sorrindo, mostrando tamanho amor e afeto que distraia qualquer pessoa, e aquela criança que tanto precisou e tanto pediu por um pouco disso olhou-as com tristeza, com esperança e falta, não esqueceendo que a falta é a morte da esperança.

Por fim, optou por sua última escolha - já que não havia outra: roubar. Os transeuntes passavam e o encaravam de cara feia, olhar repulsivo, então ele os roubou, e por destino ou coincidência - o que lhes convir melhor, era o mesmo que antes vendia. Ele correu, e eu corri atrás, disfarçadamente, para ver que estava tentando vendê-los novamente, como um círculo vicioso, onde tudo é feito de acordo com a rejeição ou aceitação daqueles que o rodeiam.

Encerrando minha pesquisa, fiz uma breve anotação ao final: "Não podemos exigir compreensão destes pequenos, se não os compreendemos, não podemos exigir respeito se não os respeitamos", não podemos exigir nada além do que nós os fazemos passar.