segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sorriso

As pessoas normalmente se encantam realmente pelo meu sorriso, é o que marca, é o que eu ouço falar quando vão lembrar de mim. Meu sorriso pra mim é comum e até sem graça. Ele pode ser bonito, ali na boca, mas ele não combina com os meus olhos. Eu possuo olheiras dos cansaços da vida, e tenho certa tristeza guardada no olhar, talvez seja isso que o torne diferente. Essa mistura de alegria com mágoa. Essa mistura que não sai de mim nem na base da porrada. Às vezes eu me dou bem com ele, acho-o atraente de certa forma, mas então eu presto atenção nos meus olhos e tudo perde a graça. Meus olhos acabam comigo quando sorrio abertamente. Quando é apenas aqueles de canto de boca, sem enrugar nenhum traço do meu rosto, eu gosto dos meus olhos e da combinação, eles dizem o que eu gostaria de dizer, e a interpretação desse olhar cabe a qualquer um desvendar. E o pior de tudo é a mania que eu tenho de sorrir quando estou prestes a chorar, só pra ver se eu consigo enganar a mim mesma e mostrar que eu não preciso derramar lágrimas pois vão rir de mim. Meu rosto não é bonito de se ver, de se admirar, eu sorrio olhando para o espelho e logo desisto, eu choro e me arrependo, eu só olho e tenho raiva. Eu queria saber o que as pessoas pensam quando me veem. Eu queria saber o que me fez acreditar que dessa vez seria fácil, que eu iria sorrir e adorar isso.

Aflições

Agora. Nesse exato momento, em que eu estou escrevendo este texto não no momento que você está lendo, eu estou nervosa. Sinto um frio na barriga amedrontador e tenho medo. Minhas emoções estão tão à flor da pele que eu poderia chorar agora, não por tristeza eu acho, mas talvez por aflição. Eu quero ter você, com calma, devagar, mas eu quero, nem que seja uma coisa bem descontraída, bem nós dois sem corrente alguma. Eu sei que esse medo só vai passar quando você me disser o que está se passando aí na sua cabeça, mas eu tenho medo de acreditar no que eu vejo, então eu espero as certezas, essas que eu peço que você me dê. Tu me encantas de uma forma linda, que faz o meu coração acelerar quando te vejo ou até mesmo quando penso em você. Eu não quero quebrar a cara de novo. Não quero. Mas já era. Um pouco tarde pra pensar isso.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Boba

Eu queria ter mais autonomia da minha própria vida. Que as pessoas não julgassem as outras por superficialidades, ao menos que não formassem conceitos sem saber, só por algo que aparenta e que geralmente só engana, mostrando o lado da pessoa que você escolhe encaixar na sua mente por ser mais fácil, sem nem se dar ao trabalho de conhecer sua vida e intenções. Mas eu tenho de me conformar, afinal, é assim que acontece com todo mundo. E esse todo e mundo não fazem ideia do que há neste coração tão cicatrizado e nessa mente tão absorta, veem apenas esse corpo que anseia por outros corpos, como qualquer outro, só que a minha fome é maior. Enquanto eu vou provando e reprovando esses que passam por aqui assim tão normalmente, eu encontro os aprovados, os aprovados-reprovados, e os que eu tenho de aprovar, aqueles que tocam o meu coração, com ou sem intenção, e eu imploro que não caia na tentação do amor, de amar, como se eu, algum dia, tivesse sido capaz de controlar ou evitar essa coisa que começa com um encantamento bobo. E assim nessa bobeira, eu continuo com a mania de me apaixonar com possibilidades meio impossíveis.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Antes e depois

Antes. Bem, antes eu era diferente - muito diferente - do que costumo ser agora. Aquela menina romântica, boba, sentimental, sensível e outros está meio apagada dessa minha nova versão, mesmo que ela surja de vez em quando me lembrando do que eu poderia ser ou não ser ou continuar sendo ou até mudar mais. Talvez isso aqui, essa menina mulher meio insensível e emotiva demais tenha aprendido que certas coisas valem mais à pena que muitas outras, o modo o qual você lida com as situações tornam-se mais saudáveis pra um coração com tantas cicatrizes ainda em aberto. Hoje sou mais do mundo em específico, não procuro correntes para me prender em mais algumas decepções, não procuro o amor da minha vida, nem nada do tipo. Procuro amores de uma noite só, até de uma semana ou um mês ou mais, quem sabe. Procuro paixões momentâneas que me deixem ver o resto do mundo sem peso algum. Eu não olhava atentamente para todos os homens bonitos que passavam, dificilmente o fazia, e quando fazia era rapidamente, procurando um sorriso, um olhar, algo pra guardar e saber que ainda existem coisas bonitas pra se lembrar. Hoje está sendo um pouco diferente - ou muito, qualquer homem bonito eu olho, se o rosto for agradável passo para os outros detalhes, olho tudo ou quase tudo minuciosamente e penso nele na minha vida, olho para os ombros, as panturrilhas - que eu adoro, e por ai vai.  Penso em como ele poderia fazer parte das minhas lembranças e rapidamente disperso esse pensamento e parto pra outro pra eu olhar. Sim, eu olho mesmo. Inocentemente ou não, sem segundas intenções, na maioria das vezes. Antes eu implorava e me humilhava por um pouquinho de carinho. Hoje sou carente - e acredito que nunca vou deixar de ser - e não faço questão que você ou outro qualquer me dê alguma atenção. Sendo assim, tão indiferente e solta, tenho tido todo o tipo de atenção necessária de vários homens diferentes e todos de grande porte. E eu estou adorando isso, nunca fui tão solteira e tão perfeitamente solteira. Mas ainda há o sonho do grande amor, somado aos que já passaram por aqui e deixaram suas marcas. Eu não tenho medo de sofrer por amor, nunca tive. Tenho medo de não poder amar por estar tão enojada de casos longos com pessoas sem muitos escrúpulos, mesmo sendo pedaços de mal caminho. É, meu bem, faça o que quiser com a imagem que você tinha de mim, essa que você tanto menosprezou e usou. Não vou chorar mais, nem vou me arrepender de ter mudado, mesmo que essa mudança não possa ser controlada, e mesmo que eu não queira controlá-la, deixe-me ser várias facetas ao longo da minha vida, mas sem perder a essência de quem ama e ama amar. 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Pode falar o que quiser, xingar como for, eu tenho plena consciência dos meus atos. Podes ter certeza que esses seus ataques não me levarão a crer de forma alguma que eu sou o que você diz. Eu sei o que eu faço ou deixo de fazer e não preciso de você pra me dar crédito algum por isso. Quando todos estão contra você, é a mim que recorre pois sabe do meu silêncio perante qualquer que seja seus atos. Mas na mesma facilidade sabe e vem me atacar com suas loucuras quando bem quiser. Mande-me embora como for, eu cansei de fazer defesa para alguém que não mostra merecimento algum. Cansei de ter orgulho de alguém que só está sabendo fraquejar e fracassar. É mais fácil você ir, pois eu não sou a única cansada aqui. E enquanto eu puder terás apenas meu silêncio e indiferença, mesmo que o respeito não seja mútuo, eu manterei o meu.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Uma vida sozinha (?)

Eu tinha me esquecido de como era bom ter alguém pra conversar sem restrições, até mesmo só pra conversar. Esqueci que eu adoro esse tipo de caso, meio amigo meio amor, confiando segredos e trocando alguns beijos. Tantos prazeres eu tenho deixado de lado, tantos momentos eu não vivi. Por ser sozinha, por ter me trancado no meu mundo, sem permitir que me fizessem companhia, mesmo que inconscientemente. Mas vendo como tudo se decai nessa solidão, eu tenho essa vontade de me libertar dessas correntes que me prendem a essa realidade que não me deixa viver. Eu gosto de estar só de vez em quando, andando na beira-mar, pensamentos soltos, mas estar e ser são coisas distintas, e eu não quero me tornar isso, eu quero ser algo muito além do que solidão. É aquela velha história de que nascemos sozinhos (com algumas exceções) e morreremos sozinhos, mas eu não quero viver sozinha, quero ter alguém ao meu lado quando quiser e quando for preciso, mas uma boa companhia. Quero conversas, muitas conversas, beijos e abraços, sorrisos, silêncios, caminhadas longas cheias de energia e mistura de emoções. É preciso de algo além da solidão pra se viver, e eu cansei de não ter ninguém nunca. E esses momentos raros de companhia nos mostram como é importante e bom ter alguém, pelo menos uma pessoa, ao seu lado. Alguém pra te beijar. Outro pra te abraçar. Mais alguns pra conversar. Pra amar. Sorrir e fazer sorrir. Ter alguém pra tudo, em cada qual uma especialidade. Pode ser até unzinho que for, mas que tenha. Eu encontrei uma companhia, eu acho. Pelo menos por enquanto. Este pode me fornecer alguns prazeres. E eu posso me libertar para outros se permitir que entrem em minha vida sem medo do que possam encontrar, porque eu sou boa gente. Eu sou. Chata, antipática, de vez em quando. Mas faço tudo por você se você me der um pouquinho de carinho, só um pouquinho, faço tudo se me der companhia. Até mesmo se não der, até chegar ao meu limite. Talvez seja por isso que eu não tenha sonhos, sonhei demais com uma realidade que nunca me pertenceu e talvez nunca pertencerá, provavelmente minha mente desistiu de fazer planos mirabolantes, ideias loucas, e sonhos impossíveis. Ela se trancou e deu tchauzinho pra quem achou mesmo que ela ia se desgastar com burrice. Falou aí, e foi embora. Eu tive que ir.