domingo, 13 de fevereiro de 2011

Uma vida sozinha (?)

Eu tinha me esquecido de como era bom ter alguém pra conversar sem restrições, até mesmo só pra conversar. Esqueci que eu adoro esse tipo de caso, meio amigo meio amor, confiando segredos e trocando alguns beijos. Tantos prazeres eu tenho deixado de lado, tantos momentos eu não vivi. Por ser sozinha, por ter me trancado no meu mundo, sem permitir que me fizessem companhia, mesmo que inconscientemente. Mas vendo como tudo se decai nessa solidão, eu tenho essa vontade de me libertar dessas correntes que me prendem a essa realidade que não me deixa viver. Eu gosto de estar só de vez em quando, andando na beira-mar, pensamentos soltos, mas estar e ser são coisas distintas, e eu não quero me tornar isso, eu quero ser algo muito além do que solidão. É aquela velha história de que nascemos sozinhos (com algumas exceções) e morreremos sozinhos, mas eu não quero viver sozinha, quero ter alguém ao meu lado quando quiser e quando for preciso, mas uma boa companhia. Quero conversas, muitas conversas, beijos e abraços, sorrisos, silêncios, caminhadas longas cheias de energia e mistura de emoções. É preciso de algo além da solidão pra se viver, e eu cansei de não ter ninguém nunca. E esses momentos raros de companhia nos mostram como é importante e bom ter alguém, pelo menos uma pessoa, ao seu lado. Alguém pra te beijar. Outro pra te abraçar. Mais alguns pra conversar. Pra amar. Sorrir e fazer sorrir. Ter alguém pra tudo, em cada qual uma especialidade. Pode ser até unzinho que for, mas que tenha. Eu encontrei uma companhia, eu acho. Pelo menos por enquanto. Este pode me fornecer alguns prazeres. E eu posso me libertar para outros se permitir que entrem em minha vida sem medo do que possam encontrar, porque eu sou boa gente. Eu sou. Chata, antipática, de vez em quando. Mas faço tudo por você se você me der um pouquinho de carinho, só um pouquinho, faço tudo se me der companhia. Até mesmo se não der, até chegar ao meu limite. Talvez seja por isso que eu não tenha sonhos, sonhei demais com uma realidade que nunca me pertenceu e talvez nunca pertencerá, provavelmente minha mente desistiu de fazer planos mirabolantes, ideias loucas, e sonhos impossíveis. Ela se trancou e deu tchauzinho pra quem achou mesmo que ela ia se desgastar com burrice. Falou aí, e foi embora. Eu tive que ir.

2 comentários:

  1. A falta desse processo que acaba sendo seletivo talvez seja o por que de tantos erros. As vezes conhecer os outros é bom.

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  2. Conhecer os outros normalmente é bom. Mas eu não tenho muita facilidade. O que eu poderia fazer?

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