terça-feira, 29 de junho de 2010

felicidade fácil

Quando eu não me preocupo em me apegar a alguém, por pensar que não irei de jeito nenhum, acaba acontecendo. Coisas estranhas. Lindas. Doces. Deliciosas. Perigosas. Cheirosas. Hmmm, pura fantasia, puro fogo, puro ardor, pura malícia com cara de inocência. Gargalhadas doces, olhares sinceros, brilhantes. Beijos perigosos e proibidos. Ilegais. Tesão desconhecido por alguém que eu jamais imaginei. Maravilhoso. Concordo que as proibições deixam tudo com mais sabor. E que sabor... Poderia me reprimir sendo tão bom? Sim, deveria, mas eu só consigo desejar mais, por mais tempo, por um pouco mais, por mais; menos roupa, mais pele, mais beijos, menos palavras, mais tempo, menos dor. Lágrimas rolaram sem me avisar, e quando vi estávamos conversando sobre nossa vida amorosa, que não nos diz respeito, que não tem nada a ver um com o outro, como dois amigos conversando sobre amores antigos e atuais, por acaso, se pegando. Estranho, casual, familiar, e mais uma vez: perigoso, muito, muito perigoso. Ao observá-lo ir, me dou conta de seu cheiro emanando do meu corpo, por ter estado tão perto. Me dou conta ainda mais da doce ilusão deste pensamento. Que bobeira minha, me deixar sentir...

domingo, 27 de junho de 2010

reações

Não ter reação em determinada situação é estranho, não ter reação do modo que tive é aterrorizante, amedrontador, horripilante, e me deu medo, muito medo... Meu coração parou, definitivamente; minha respiração, se tornou nada, ela simplesmente não existia; meus olhos abriram em tal espanto; minha boca fez um formato de O; enquanto um braço só pendeu o outro instantaneamente pôs a mão no coração, numa tentativa de verificar o batimento que não tinha; e eu só pude olhar, mesmo depois de ter passado, olhar pra o nada, na espera de algo, qualquer coisa que me deixasse um pouquinho mais sã, lúcida... Então, quando tudo parece morrer, quando tudo parece não voltar mais, a realidade vem e me bate à cara, num tapa bem seguro, daqueles que dói mais que qualquer outra coisa. E tal realidade é tão triste e má que eu me sinto sem chão, eu perdi tudo. Eu sai, na dúvida de correr ou continuar caminhando, mas sai, alguns segundos depois alguém chega por trás e me pergunta se eu estou ficando louca, ao olhar para o rosto do mesmo, as lágrimas só saem, numa velocidade surpreendente, rumo ao chão. E este me olha com pena e me abraça, me mantém em seus braços e diz: Ele não tá nem ai pra tu, e você fica desse jeito, para com isso. Foram palavras simples, rudes, e ao mesmo tempo carinhosas. Eu só pude chorar, e me senti grata que pelo menos alguém se importava...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Quando a dor simplesmente bate à porta...

Eu já me senti morrer tantas vezes, me senti doente tantas vezes, que talvez morrer de verdade não pareça assim tão mal. Mas pra quem é covarde, é aterrorizante, não achas? Eu tenho esperanças, sabe, de um dia onde todo esse mal colida com todo um novo amor, que possa surgir do lugar mais inesperado... Eu tenho de aprender a ser paciente, já pensou se tudo na vida fosse fácil? Estaríamos perdidos, muito mais que o habitual, isso é certo, mas não haveria graça em se viver, não haveria uma verdadeira satisfação em encontrar conforto, gargalhadas, leseiras em momentos inesperados que acabam se tornando preciosos... Tal como a última aula de hoje, de física, onde estivemos lá atrás lesando, sendo bobas, rindo da vida e de tudo, falando bobagens, esquecendo por um pouquinho de tempo que as coisas podem melhorar, mas lembrando a cada segundo que toda essa dor faz com que esses momentos sejam mais lindos e especiais. Mas, quem sabe, se a dor for embora, se meu coração permanecer em estado neutro, esses momentos continuem com mais frequência e sabor, tornando tudo tão bom de se viver, como num sonho. Um dia, eu poderei simplesmente lembrar disso tudo com um sorriso enorme no rosto e dizer com toda e total veemência: EU AMEI E ESTIVE FELIZ, EU VIVI E SOU FELIZ!

um sentimento, pensamento, emoção

ás vezes eu simplesmente paro no tempo e penso, penso, penso, penso até a cabeça doer, o coração arder, a solidão chegar, e as lágrimas rolarem sem nenhum motivo aparente - ou talvez com motivos até demais. e tudo se encaixa ou mistura, tudo se torna mais lógico ou eu enlouqueço de vez. talvez, só talvez, eu realmente esteja louca, mas é louco aquele que ama, que se entrega, que se dá tanto a ponto de ser deixado pra trás, como se fosse nada? talvez. eu sou louca, sabe, porque eu amo... amo o quê, afinal? tudo? ele? aquele homem/garoto que apareceu na minha vida assim, sem mais nem menos, e permaneceu lá, durante meses e meses, e eu não tenho culpa de ter me apaixonado, tenho? ah, qual é, todos sabem que não, mas eu tenho culpa de ter me permitido amá-lo, isso foi um erro, mas quer saber? quem se importa? você? ele? eu? não, eu ainda o amo, eu ainda o quero, o desejo, o temo, o obedeço, eu ainda sou dele, totalmente, e eu não me arrependo disso tudo, não me arrependo de nada, afinal. milagrosamente eu achei o lado bom dessa coisa toda.

talvez tolices . han ?

- E se a vida me tirar o chão, eu cairei, e talvez a queda seja tão forte que eu possa enxergar a realidade devido ao impacto... Estarei sempre sendo deixada pra trás, mas sinceramente, eu vou me agarrar a alguém e talvez, só talvez, eu possa me erguer e seguir em frente, e ai eu olharei fundo nos olhos deste que teve a coragem de me ter e o amarei de tal forma que nos enlouquecerá a ponto de o próprio me deixar...

- Minha nova aparência: decadente... veio e se instalou sem nem pedir permissão, e eu... eu deixei que ela ficasse, tive compaixão e dei meu corpo para que ela pudesse habitar.

- Você foi embora... Só me resta o vazio. O vazio. O meu amor foi embora e não volta mais. Guardei a esperança no meu coração, numa expectativa quase lúcida de que você volte, sem regras, sem médias, sem mágoas, sem raiva, com amor, com saudade, com o doce eternizado que tinha nos teus olhos. Que volte, com sorrisos, com todo o amor que você tinha por mim, se é que tinha... Mas apenas que volte. Volte para os meus braços, num abraço sem fim, daquele jeito, apenas para permanecer ao meu lado num momento quase comum, para me fazer rir ao invés de chorar, pular ao invés de cair, abraçar ao invés de se encolher. Que volte para me fazer feliz, como um dia, num passado quase distante, você me fez. Eu te amo e preciso que você volte.

- Nada forçado dura, meu amor, então você me amou, pena que acabou, deixou-se ir e me deixou aqui, sem nada mais, não deixou nem um pouco de amor, foi embora e levou tudo consigo, só deixou as lembranças, os momentos, o amor que tenho por ti, a saudade, e os ensinamentos, teu amor se foi junto com o nosso. Infelizmente.

Crônica :x

Crianças de rua, não mais crianças

Um dia, ao observar as pessoas na rua, as crianças "de rua", eu resolvi pesquisar. E me perguntaram: pesquisar o quê? Sobre o quê? Por quê? Porque, respondi, são crianças, seres humanos, pessoas que têm sentimentos e merecem viver como outra qualquer do planeta, mas por serem marginalizadas, por vocês mesmos, desta sociedade injusta, parecem ser de outro planeta - será que são de marte?, são desrespeitadas e ridicularizadas por pessoas de mesma raça, senão de mesma cor, mas de mesmos direitos, é isso, isso que me aborrece e entristece, e prejudica ainda mais nossa nação, são seres medíocres aqueles que os julgam e os fazem dessa forma, isso é um absurdo. Ao ver a surpresa nos olhos daqueles que me ouviram, vi que estava indo pelo caminho certo, atacando de frente aqueles que me subestimaram.

Andando e observando, eu vi uma criança magrinha, magrinha, lá pelos 7 anos de idade, no semáforo, vendendo comida - eis a questão: será que quem vende tem o que comer e vice-versa?... O que vi nos rostos daqueles que estavam em seus carros, foi desprezo, raiva, atitude de animais, cachorros raivosos, pessoas sem compaixão ou humildade. Fiquei parada ali por um bom tempo, apenas observando e anotando, e lá estava ele sentado na calçada, desamparado, comendo o que esteve tentando vender por não ter outra opção, desta feita apareceu um cachorro e o ofereceu o pouco que tinha, fiquei estupefata com a veracidade dos fatos decorrentes desta tarde; um ser tão pequeno sendo humilhado por pessoas tão pequenas de espírito e mesmo assim dando o pouco que tem, compartilhando, amando, e tendo esperança de um dia melhor. Não mais o tempo passa, uma família unida, mãe e filha, passam juntas poor ali, brincando e sorrindo, mostrando tamanho amor e afeto que distraia qualquer pessoa, e aquela criança que tanto precisou e tanto pediu por um pouco disso olhou-as com tristeza, com esperança e falta, não esqueceendo que a falta é a morte da esperança.

Por fim, optou por sua última escolha - já que não havia outra: roubar. Os transeuntes passavam e o encaravam de cara feia, olhar repulsivo, então ele os roubou, e por destino ou coincidência - o que lhes convir melhor, era o mesmo que antes vendia. Ele correu, e eu corri atrás, disfarçadamente, para ver que estava tentando vendê-los novamente, como um círculo vicioso, onde tudo é feito de acordo com a rejeição ou aceitação daqueles que o rodeiam.

Encerrando minha pesquisa, fiz uma breve anotação ao final: "Não podemos exigir compreensão destes pequenos, se não os compreendemos, não podemos exigir respeito se não os respeitamos", não podemos exigir nada além do que nós os fazemos passar.