terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sem sentido

Uma semana antes eu pensei: "eu não quero pensar no fim, eu não quero viver o fim". Uma semana depois pareceu que todos os meus medos e sonhos resolveram se realizar. Eu não esperava, mas já sentia. Eu não queria, mas não tive escolha. Ainda há aquele pontinho de esperança, aquele que me faz vê-lo e sentir cada segundo de tormenta. Eu sinto a dor do mundo, mas um certo alívio. Vai passar, eu sei, todas essas crises existenciais, indiferença e cara feia. É só questão de alguns dias, ou semanas, mas vai passar, como tudo um dia passa e como "nada será do jeito que já foi um dia".
Eu não queria me levantar da cama, não queria ter que encarar o mundo ainda, mas eu me levantei, agi naturalmente, "é só mais um dia qualquer". A caminho, dentro do carro, olhei para o céu e vi aquela mistura triste das cores. Nuvens negras e pesadas, alguns buracos de céu azul. Pensei em como meu coração poderia ser definido naquelas cores, 90% são nuvens negras, cicatrizes, sofrimentos, todas as partes ruins. Os outros 10% são os buracos azuis de céu, espalhados pelo plano de fundo negro, os pequenos buracos que ainda podem ser habitados, o pouco espaço que me torna ainda sensível, ainda romântica, boba e esperançosa. Os 90% me tornam indiferente, insensível, contrariada e querendo odiar o mundo. Mas só querendo. Quem seria eu para odiar tudo o que me fez bem um dia, por mais contraditório que hoje seja? Definitivamente não estaria sendo eu mesma, mas aquela pessoa que a vida me forçou a ser, aquela torta, imperfeita pessoa sem sentimentos que tive de recorrer. Mas não sou, não deixei que 90% da minha vida me transformasse em algo que vai contra os meus princípios.
Quando se está definindo um fim, não esconda nada, não minta nem oculte, não vale a pena. Se acabou pra você, o que te custa dizer o que realmente acontece e me fazer entender? Coisas inacabas ou mal resolvidas nos impede de prosseguir. E eu quero prosseguir, eu quero seguir em frente, quero viver outros amores por mais que eu diga que não, eu quero alguma coisa, pode até ser você de volta, mas que possamos resolver, constatar e guardar como uma boa lembrança.

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