terça-feira, 9 de agosto de 2011

Trechos do livro Loucura Necessária - parte I

“... como a mão desesperada estendendo-se para tocar um rosto que se desvia.”

“Não me abandone, não me abandone jamais.”

“... eu acordava todas as manhãs pensando que encontraria as janelas quebradas, as paredes do quarto rachadas e fendidas, e a cidade inteira desnorteada com o eco sem sentido da reverberação da dor. Ao invés, deparava-me apenas comigo enroscada e tremula no centro do colchão, debaixo de um monte de cobertores.”

“... que continuo igual, que a dor não me modificou, será que não conseguem perceber? Mas às vezes eu mesma sentia dificuldades em acreditar.”

“Você treme, quer calor, quer braços e dedos e vozes e bocas lhe envolvendo, chora. [...] Você sorrirá através da máscara molhada de lágrimas que cobre seu rosto.”

“... embora dividida entre a necessidade de lembrar e o desejo de esquecer; eu não conseguia decidir se devia lutar para alcançar a superfície ou deixar que as águas me levassem.”

“Você tem um talento para se auto-desvalorizar...”

“O tipo de amor perigoso que só acontece uma vez, que cura ou machuca, derrete ou destrói.”

“ – [...] Foi a época mais inocente e feliz de minha vida. Tão feliz que chegava a ser absurda.
- A mais feliz?
- A mais feliz. Estávamos embriagados de nós mesmo. Deslumbrados. Encharcados de uma espécie de felicidade que torna você invencível e imune, mas que, na verdade, lhe deixa vulnerável ao ataque.”

“Se incomodasse eu não estaria aqui. [...] Pensando bem... sim, incomoda. Cada lembrança dele machuca e dói. Mas é viver sem ele... que incomoda mesmo.”

“Todos não param de repetir como sou forte e como estou enfrentando bem essa situação. Mas não. Eu sou perigosa. Porque a dor, em sua essência, é egoísmo. A dor em essência é fome.”

“Tanto fazia o motivo – eu estava só.”

“Às vezes fico espantada que o mundo ainda continue girando.”

“Mas o amor não é isso? A ausência de pretextos?”

“Sabia que era doentio considerar o homem que eu amava como uma droga, mas era verdade. Ele corria em minhas veias. Ele me tocava e eu me aquietava. Ele estimulava as palavras de minha boca calada. Quando se é amado assim, você acaba se tornando egoísta. Acaba não tendo outra alternativa a não ser imaginar como irá sobreviver quando esse amor não existir mais.”

“Nunca consegui fazê-lo entender que eu chorava pelo futuro, pelas coisas erradas que poderiam acontecer mais tarde.”

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