sábado, 12 de novembro de 2011




"Gosto muito de te ver, Leãozinho, caminhando sob o sol. Gosto muito de você, Leãozinho. Para desentristecer, Leãozinho, o meu coração tão só basta eu encontrar você no caminho. Um filhote de leão, raio da manhã, arrastando o meu olhar como um ímã. O meu coração é o sol pai de toda a cor, quando ele lhe doura a pele ao léu. Gosto de te ver ao sol, Leãozinho, de te ver entrar no mar, tua pele, tua luz, tua juba. Gosto de ficar ao sol, Leãozinho, de molhar minha juba, de estar perto de você e entrar numa..."

O Leãozinho, interpretada por Beirut.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Exagero

É isso, esse drama todo... Não quero me sentir em falta, nem a falta que um carinho faz. Mania minha de achar que recebe pouco por dar demais. Sou obrigada a procurar um equilíbrio, para que talvez eu consiga receber um afago de alguém que segundo depois se afasta e achar isso normalíssimo. Estou um tanto cansada de perseguir os rastros do que pode ser, ou seria a minha atenção em demasia que me cega? Olhar para o lado a procura de disfarçar insatisfação, pensar em coisas suaves e lindas para apaziguar a impaciência que traz a ausência do amor demais. Preciso encontrar isso que se relaciona comigo, essa incansável mania de tentar ser e dar o melhor, alguém que lembre de mim e me faça saber disto e olhe nos olhos profundamente e beije a boca o rosto repetidas vezes sem soltar jamais. Se eu tenho te dito pouco em palavras e assim não percebes que estou te dizendo tanto mais é porque não vistes que estou quase gritando na sua cara o que eu sinto vejo aspiro respiro intensifico quero deveras e, está tudo muito explícito na forma que eu me dou contigo, no meu exagero, excesso dramático. Está mais claro do que tudo que fazes e falas e repetes como se fosse lindo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Caio F. de Abreu


Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Estrada sem mapa

Nos enganamos muito facilmente, as esquinas traiçoeiras nos levando a becos sem saída, ruas largas demais nos deixando sem calçada, levando a morte exata do coração esburacado. Vou passando assim mesmo, já estive por essas bandas antes, reconheço a paisagem cinzenta, só perdi o mapa que volta ou segue em frente. Já vi esse meio-termo da vida que deixa a dúvida: céu estrelado com um luar de tirar o fôlego e a estrada sôfrega, cheia de arranha-céus e buracos profundos e muralhas e prisões. Não sei em qual rua entrar, parece que já estive por todas elas, mas sei que ainda faltam muitas a percorrer, não tenho medo, sigo incessantemente atrás daquele maldito arco-íris que me prometeu a paz. Acho que fui enganada, mais uma vez, sendo que dessa vez por algo que eu nem sabia que tinha esse poder. É você mesma, querida esperança, achei que percorrendo teu beco novamente acharia o rumo pra sair desse círculo, mas você fechou a rua, interditou minha passagem, disse que estava desgastada demais para as solas dos meus sapatos. Acho que o mal são as lembranças. Ninguém as quer comigo, parece que quanto mais insisto em seguir atravessando, mais obstáculos me aparecem. Lembranças que tenho de deixar pra trás para conseguir outras, num jogo de leva-e-trás. Depois as recupero, e assim as terei sorrindo, todas elas. No momento, são os meus maiores males, essas lembranças. Estou guardando-as na caixinha. Agindo de acordo com a batida da vida. E se tiver de ser, que seja. Um beijo.

sábado, 15 de outubro de 2011

Adele

Adele - Take it all


Adele - He won't go


Adele - Now and then

Todas me definem, falam um pouco daquilo que eu não tive a capacidade de expressar.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Em frente, sempre.

Não, não me venha com nada que não seja real. Não me encha com pormenores falsos e expectativas ilusórias. Não chegue perto, não vire o rosto, simplesmente não olhe, não me veja, nem me reconheça. O ano está acabando enfim, daqui a pouco teremos um novo recomeço e só vou desejar coisas boas, em especial, que não te encontre nunca mais na vida. Quem sabe eu me apaixone de novo, quem sabe eu só precise passar um tempo da minha vida me amando e esquecendo qualquer aproximação que venha a derreter o coração. Desejarei um sol tão forte que apague as lembranças; uma lua cada vez mais bela que me tire a solidão com palavras sussurrantes e doces que dizem algo como: 'tudo ficará bem, nada será do jeito que já foi um dia. Ficar sozinha não é ser. Me leve com você'. E eu só terei motivos para sorrir, porque você... ah, velho amigo, você passou como uma brisa leve que beija meu rosto e vai embora. Você apareceu, mas não ficou o suficiente pra me mostrar que quaisquer mudanças futuras sejam fruto de um amor fracassado. Você só chegou pra mostrar um lado da vida que eu ainda não havia visto, e foi embora. Nada muito diferente, só um novo rosto enchendo uma vida de mentiras. É, velho amigo, já estive aqui antes. Até nunca mais. Estou lhe desejando boas decepções, para que você possa crescer encima desses teus erros trágicos. Sim, velho amigo, estou partindo dessa pra melhor. Obrigada.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Diálogo

- Maria, tô triste.
- Ah, claro, você dificilmente é o único. Experimenta passar pelo o que eu passei três vezes seguidas e vem falar comigo.
- (risos) Tu não tem sorte no amor, a verdade é essa...
- É. O que eu posso fazer...?
- Ah, procura outros meios, outros rostos. Pessoas diferentes das que tu já esteve.
- (gargalhadas estrondosas) Antes fosse assim, quem dera eu pudesse simplesmente escolher.
- E se não escolhe, é o que então?
- Aparece. Encontros por acaso. 
- (risadas) Aparece? Saiu, achou, e CABUM? É esse?
- Não, seu bobo. Não mandamos no que sentimos. Não posso escolher por quem deveria gostar. Simplesmente é assim que funciona, não escolho, aparece, e pronto, estou no caminho perdido do amor. Não tenho nada a fazer a respeito... Ah, se eu pudesse só escolher...
- É... 
- Preciso que, dessa vez, seja alguém que valha a pena.
- E os outros, não foram? Afinal, este último foi o melhorzinho, não é?
- Foram, mas estou um tanto cansada dos estragos do final. Em partes, foi, mas sobre gostar de mim, não. O anterior, esse sim, permanece sendo o que amou, o que esteve presente e estaria apto a estar de novo.
- Então, tu voltaria pra ele se tivesse a oportunidade?
- Claro, correndo... Mas ainda assim, são muitos os empecilhos. Nada a se fazer, só viver. E um dia, CABUM, aparece alguém novo ou alguém que volta. Sinceramente, não me importarei se for pra deixar um buraco negro no meu coração de novo, to aqui pra isso mesmo, pra viver. Sorrindo, chorando. Pulando, caindo. O que tiver aí pra mim, to aceitando. De muito bom grado, por sinal.

Dois irmãos conversando...